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‘Saudades do Lira’, dizem aliados de Lula no Congresso após crise do IOF


“Que saudades do Lira”, resumiu à equipe da coluna uma das lideranças do Pt. “Hugo Motta é mais cordial, mas não entrega nem cumpre acordos. Lira era mais duro, mais coronel, deixava os deputados com medo, mas colocava ordem na Casa e fazia entregas.”

Comentários do tipo se multiplicaram na base governista após a derrubada do texto presidencial por 383 votos a 98, na última quarta-feira (25). No Senado a votação foi simbólica, por um acordo nos bastidores que envolveu lideranças da base aliada, para que o revés fosse “menos traumático”.

A decisão de Motta de pautar o projeto que anulou o decreto de Lula surpreendeu o presidente da República e lideranças do Congresso, que tinham um acordo com o presidente da Câmara para não realizar a votação em uma semana tradicionalmente esvaziada em Brasília por conta dos festejos de São João.

A análise do decreto acabou sendo feita de forma semipresencial, com boa parte dos votos computados online. Integrantes da base governistas achavam que teria um prazo maior para encontrar uma saída para o impasse.

A última vez que um decreto presidencial foi derrubado pelo Congresso foi em 1992, meses antes do impeachment de Fernando Collor, que tentou alterar as regras para o pagamento de precatórios.

Antes da votação, o líder do governo Senado, Jaques Wagner (PT-BA), chegou a reclamar da falta de compromisso do Legislativo em cumprir um acordo feito com o Executivo. O Ministério da Fazenda estimava arrecadar R$ 10 bilhões neste ano.

“Pra mim é uma coisa que tangencia o perigo, não pelo mérito, mas pelo acordo feito e desfeito em três dias. Aqui a gente vive de fazer acordo e cumprir acordo”, reclamou Wagner.

Na avaliação de petistas, o presidente da Câmara deu o troco por ter ficado irritado com a narrativa difundida pelo Planalto e aliados de Lula de culpar o Congresso pelo um aumento na conta de luz da população brasileira decorrente da derrubada dos vetos presidenciais que deputados e senadores capitanearam na semana passada.

Como mostrou a colunista Renata Agostini, Motta se recusou a atender ligações da ministra Gleisi Hoffmannda Secretaria de Relações Institucionais (SRI), e deixou o ministro da Fazenda, Fernando Haddadsem respostas ao longo do dia de votação.

Comparação irrita Motta

Segundo relatos obtidos pelo blog, nem Motta nem Lira têm gostado da comparação feita por aliados de Lula.

“O governo aposta na estratégia de colocar um contra o outro, mas na verdade os dois estão atuando juntos”, diz um interlocutor da dupla, que coloca na conta do Planalto a difusão da narrativa de que Motta não cumpre acordos.

Mas o próprio Motta já fez a comparação com o seu antecessor publicamente. Em fevereiro deste ano, disse que não “é frouxo” e avisou que seria mais combativo que o próprio Lira em casos de desrespeito entre congressistas.

“Nós já tivemos aqui episódios tristes durante esses primeiros dois anos. O presidente Arthur Lira foi combativo, nós seremos um pouco mais. A presidência assumirá a responsabilidade. Se o parlamentar aqui desrespeitar o colega, da própria presidência vai acioná-lo no Conselho de Ética e fazer cumprir todas as medidas restritivas da Casa”, disse Motta, após um episódio de tumulto entre bolsonaristas e petistas durante uma sessão.



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