Manoel Martins, pai de Juliana Marins, a publicitária brasileira de 26 anos que morreu após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia, relatou que o guia que estava com os viajantes na trilha se afastou para fumar, quando deixou sua filha para trás. Ele detalhou ainda as vagarosas decisões do guia, do responsável pelo parque nacional e pela equipe de resgate Basarnas.
— Juliana falou: “Estou cansada”. E ele falou: “Senta ali. Fica sentada”. E o guia nos disse que ele se afastou por cinco a dez minutos de onde Juliana estava para fumar. Para Fumar! Depois desses cinco a dez minutos de caminhada, dessa meia hora fumando, ele voltou. Quando voltou, não encontrou a Juliana. Isso foi por volta de 4h da manhã. Quando ele avistou Juliana, eram 6h08 da manhã.
A brigada começou a subir o monte por volta de 8h30 da manhã do dia 21 de junho. O trajeto até o local do acidente tinha cerca de seis horas de duração. Às 14h, a brigada chegou ao local onde estava Juliana.
Manoel Marins afirmou, durante a entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo:
— O único equipamento que eles tinham era uma corda (…) Jogaram a corda na direção da Juliana. Fizeram uma segunda tentativa: o guia, no desespero, amarrou a corda na cintura. Ele tentou descer com essa corda amarrada na cintura sem ancorar a corda.
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Espirituosa, Juliana Marins com nariz de palhaço brinca no banheiro de casa — Foto: Álbum de família
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Juliana, com 2 anos, na companhia da irmã Mariana (criança maior) brincando na praia; longe das telas de celulares — Foto: Álbum de família
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A menina com uma amiga, no ensino médio, no Colégio Pedro II, em Niterói — Foto: Álbum de família
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Em 2018, Carolina Caziuk, Yngrid Vidal e Juliana Marins, trio conexão, grupo das amigas inseparáveis do Pedro II — Foto: Álbum de família
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A jovem foi voluntária de uma organização no Egito, para fomentar o turismo e gerar mais empregos aos habitantes locais, em 2018 — Foto: Álbum de família
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Juliana Marins em trabalho social na Teto, organização que mobiliza jovens voluntários em projetos de construção e, ao lado, em fotos da viagem pela Ásia — Foto: Reprodução
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Juliana Marins e o pai, o maratonista Manoel Marins. Ela também o acompanhava nas corridas de 10 e 15 quilômetros
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A publicitária Juliana Marins ao lado dos pais, Estela e Manoel Marins, numa das viagens que faziam duas vezes por ano, nas férias
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A publicitária entre os pais, Manoel e Estela Marins, no Jalapão, no Tocantins, em 2023, em mais uma das dezenas de viagens de férias com a família — Foto: Álbum de família
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Praia e natureza, paixões de Juliana. Ela posa numa Praia de Niterói, cidade que adotou como sua, apesar de ser carioca — Foto: Álbum de família
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Em 2024, Juliana visita as cataratas de Foz do Iguaçu, no Paraná. A fotografia é outra paixão da jovem, que fez curso para aprimorar os conhecimentos na arte — Foto: Álbum de família
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A família toda aproveitando a beleza das cataratas de Foz do Iguaçu, no Paraná: Manoel (pai), Mariana (irmã), Juliana e Estela (mãe) — Foto: Álbum de família
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Juliana e Mariana, irmãs e melhores amigas, que se compromoteram a mover montanhas uma pela outra. Elas curtem uma praia em Niterói, em 2024 — Foto: Álbum de família
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Juliana Marins posa durante viagem à Indonésia — Foto: Reprodução/Instagram
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Com um grupo de viajantes num mosteiro budista na Tailândia, num momento de meditação. Juliana ficou sem conversar por quatro dias e achou maravilhoso. Encontro com a espiritualidade. Num post em suas redes sociais, ela chegou a comentar: “Viver está imperdível” — Foto: Álbum de família
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Juliana aproveita o sol na área verde do mosteiro budista na Tailândia, na viagem que estava fazendo com mochilão, antes de pegar a trilha do vulcão Rinjani, na Indonésia — Foto: Álbum de família
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Juliana Marins durante trilha no Monte Rinjani — Foto: Instagram
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Juliana Marins durante trilha no Monte Rinjani — Foto: Instagram
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Local da queda de Juliana Marins, pouco tempo após o acidente — Foto: Reprodução
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Estela grávida de Juliana, ao lado da filha Mariana e do marido, Manoel Marins, em 1999 — Foto: Álbum de família
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Após as malsucedidas tentativas de resgate, a administração do parque foi informada que o caso tinha complexidades. Seria preciso, então, acionar o Basarnas, a defesa civil local, cuja sede fica a duas horas do Monte Rinjani.
A equipe dos Basarnas chegou ao local no dia 21 de junho às 19h, horário indonésio. Juliana não estava no trecho esperado. No dia seguinte, domingo (22), o resgate foi interrompido devido ao mau tempo. O corpo de Juliana foi encontrado no dia 23, segunda-feira.
Mariana Marins, irmã, contou que a família irá à Justiça. Para Manoel, empresas e guias devem ser responsabilizados.
— Os culpados, no meu entendimento, são: o guia, que deixou a Juliana para fumar; a empresa que vende os passeios, eles são vendidos em banquinhas! Mas o primeiro é o coordenador do parque, que demorou a acionar a defesa civil. Em momento algum reconheceu o erro nem pediu perdão para nós — disse o pai.
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Em meio à dor, a família enfrenta dificuldade no processo de repatriação do corpo. A falta de previsão seria devido a alterações no voo que traria o corpo até o Galeão na noite de ontem.
Mariana Marins usou as redes sociais para cobrar a companhia aérea Emirates pelo atraso no traslado. De acordo com a irmã de Juliana, os restos mortais não foram embarcados sob a alegação de superlotação no bagageiro.
— O voo que traria Juliana já estava confirmado, estando tudo pago e acertado, sairia de Bali no domingo, às 19h45. Porém, misteriosamente, o bagageiro ficou “lotado”, e a Emirates disse que só traria Juliana em outro voo se fosse até São Paulo. Que não se responsabilizaria pela chegada dela ao Rio. Está muito difícil — lamentou Mariana Marins, ao GLOBO.
A empresa informou que apura o caso.
A autópsia no corpo de Juliana, feita no Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Indonésia, concluiu que a causa da morte foi trauma, com fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia intensa. De acordo com o médico legista Ida Bagus Alit, responsável pelo procedimento, a morte ocorreu 20 minutos após o trauma, mas ainda não está claro qual das quedas foi fatal.