Dois homens declarados culpados de envolvimento na morte de 53 migrantes do MéxicoAssim, GuatemalaAssim, Honduras e El Salvador que viajavam amontoados na traseira de um caminhão passarão o resto de suas vidas na prisão nos EUAinformou nesta sexta-feira o Departamento de Justiça do governo americano. Em junho de 2022, pelo menos 64 migrantes, entre eles oito crianças e uma mulher grávida, viajavam no reboque em um compartimento sem ventilação para cruzar a fronteira entre México e Estados Unidos. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas, mais de 72 mil migrantes morreram ou desapareceram no mundo desde 2014
O ar-condicionado do caminhão não funcionava corretamente e a temperatura no interior disparou durante o percurso em direção ao norte, rumo a San Antonio, no Texas. No final da viagem, 48 dos migrantes, incluindo uma mulher grávida, estavam mortos. Dezesseis foram levados a hospitais, mas cinco deles faleceram. Apenas 11 sobreviveram.
Segundo a promotoria, Felipe Orduña Torres, de 30 anos, também conhecido como “Cholo”, “Chuequito” ou “Negro”, liderava a rede. Ele foi condenado em março por transportar migrantes em situação irregular dentro dos Estados Unidos.
O juiz Orlando García, do distrito oeste do Texas, condenou Orduña Torres nesta sexta-feira à prisão perpétua e ao pagamento de uma multa de US$ 250 mil (R$ 1,37 milhão, na cotação atual), de acordo com um comunicado do Departamento de Justiça.
Já Armando Gonzáles Ortega, apelidado de “El Don” ou “Don Gon”, de 55 anos, foi condenado a 83 anos de prisão por sua participação na morte dos migrantes.
“Estes criminosos passarão o resto de suas vidas na prisão devido à sua cruel decisão de lucrar com o sofrimento humano”, declarou a procuradora-geral Pamela Bondi, citada no comunicado.
“As sentenças de hoje são uma mensagem contundente para os traficantes de pessoas de todo o mundo: não descansaremos até que estejam atrás das grades”, acrescentou.
Segundo a acusação, nos dias anteriores a 27 de junho de 2022, vários dos envolvidos compartilharam os nomes dos migrantes que entrariam no país. Cada um deveria pagar aos organizadores entre US$ 12 mil e US$ 15 mil (R$ 65,7 mil a R$ 82,1 mil reais).
Outros cinco acusados declararam-se culpados neste caso e devem receber sentença no final deste ano. Outro suposto membro da rede de tráfico humano, Rigoberto Ramón Miranda Orozco, de 48 anos, foi extraditado aos Estados Unidos da Guatemala, e seu julgamento está previsto para setembro.