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Marcelo se junta a Jaime Vicente, Rodrigo Viana, Ivaney Gama, Rodrigo de Oliveira, Pablo Regis, Ubiratan Ferreira, André Monsores, Rafael Santos e Rafael Carvalho, presos na terça-feira (1º). Já Felipe da Silva continua foragido.
Eles foram denunciados por prestar serviço privado de segurança armada durante o expediente, usando farda e viaturas, a comerciantes, que eram coagidos a aceitar a oferta e fazer pagamentos mensais, que eram chamados pelos PMs de “merenda”. De acordo com o MPRJ, entre os “clientes” do esquema, apelidados pelos policiais de “padrinhos”, estavam restaurantes, lanchonetes, mercados, lojas, postos de combustíveis, depósitos, farmácias, clínicas, universidades, funerárias, serviços de mototáxi, transporte alternativo, feiras livres, festas populares e até mesmo um posto do Detran. Os crimes ocorreram entre 2021 e 2024 período em que os policiais estavam lotados no 39º BPM (Belford Roxo).
— O que se constatou foi a institucionalização de uma lógica perversa, em que agentes do Estado, pagos com recursos públicos para proteger a coletividade, passaram a vender segurança como um privilégio particular. Para além das práticas criminosas imputadas ao grupo denunciado, esse comportamento compromete profundamente as estratégias de policiamento e a correta alocação de recursos humanos e materiais da corporação. Ao atender interesses privados, os policiais burlavam o posicionamento oficial de viaturas e equipes, desorganizando o planejamento operacional e colocando em risco a eficácia da segurança pública — destaca o promotor de Justiça Fabio Corrêa, coordenador do Gaesp.
Doze aparelhos celulares, munições e pequena quantidade de entorpecentes foram apreendidos na operação do MPRJ na terça-feira. Os PMs responderão na Justiça pelo crime de organização criminosa, corrupção passiva e peculato, quando um servidor público se utiliza de seu cargo para se apropriar de bens públicos. Conheça os agentes denunciados pelo MPRJ e entenda a participação de cada um no esquema criminoso, de acordo com a denúncia do órgão.
1 – Marcelo Ferreira Chagas da Silva
O soldado de 41 anos, atualmente lotado no 39º BPM (Belford Roxo), ingressou na organização criminosa em 2023.
2 – Jaime Candido de Jesus Vicente
Com 38 anos , o soldado, conhecido como “carteiro” fazia parte do esquema criminoso desde de 2020. Atualmente, faz parte do Batalhão de Polícia de Turismo, em Copacabana.
3 – Rodrigo Alves dos Santos Viana
O 3º sargento, de 41 anos, ingressou no esquema em 2023. Atualmente, integra o quadro do 39º BPM.
4 – Ivaney José Dias Gama
O cabo, de 42 anos, é do 15º BPM (Duque de Caxias) e ingressou no esquema em 2021.
5 – Rodrigo Vasconcellos de Oliveira
O 3º sargento, de 43 anos, é lotado no 39º BPM. Foi membro do esquema a partir de 2023.
2º sargento do 39º BPM, tem 48 anos e passou a fazer parte da organização criminosa em 2022.
7 – Ubiratan Matos Ferreira
O 3º SGT, de 41 anos, foi membro de grupo criminoso ao longo de 2024. Atualmente, é lotado no 39º BPM.
8 – André Luiz de Oliveira Monsores
Cabo no 12º BPM, atua na organização desde o segundo semestre de 2022. Tem 44 anos.
9 – Rafael da Silva Santos
Conhecido como “Sapo”, o cabo, de 42 anos, é lotado no 20º BPM. E entrou no esquema em dezembro de 2020.
10 – Rafael da Fonseca Carvalho
Cedido à Prefeitura de Belford Roxo, o cabo tem 41 anos e, desde dezembro de 2020, integra o grupo criminoso.
11 – Felipe de Paula Lameira da Silva
Cabo de 37 anos, é lotado no 39º BPM. Entrou para o esquema no segundo semestre de 2021.
De com a investigação, cada integrante poderia exercer quaisquer das atividades do grupo criminoso, o que incluía pelo menos quatro atividades:
- A obtenção de novos “padrinhos”
- O recolhimento dos pagamentos
- O atendimento aos chamados dos “padrinhos”, realizando o patrulhamento específico referente a eles
- E a divisão dos lucros obtidos com os pagamentos feitos pelos “padrinhos”
O MP aponta ainda que a atuação criminosa dos denunciados visando a obter vantagens econômicas ilícitas se voltava ainda ao achaque de traficantes de drogas.
A Polícia Militar informa que vem atuando contra todos os tipos de delitos cometidos por policiais militares e não compactua com possíveis desvios de conduta ou cometimento de crimes praticados por seus agentes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos. A corporação ressalta que, em 2023, lançou o Plano de Integridade da Secretaria de Estado de Polícia Militar e vem capacitando toda a tropa, com o objetivo de combater vícios, fraudes e atos de corrupção.