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Bolsa tem melhor 1º semestre em 9 anos, com alta de 15%. Confira as ações que mais subiram


Quem viu, no fim de 2024, o dólar chegar a R$ 6,26 — até hoje o maior valor nominal já registrado na era do real —, os juros futuros projetarem uma Selic de 17% ao ano e o Ibovespa cair abaixo dos 120 mil pontos deve ter se surpreendido com a reviravolta desses ativos apenas seis meses depois.

A moeda americana despencou para R$ 5,433 e fechou o primeiro semestre com queda de 12,08%; o principal índice de ações da Bolsa brasileira subiu 15,44% e, na segunda-feira, fechou a 138.854 pontos; e os contratos de DI para dezembro de 2025 projetam taxa de juros de 14,93%.

Com a alta superior a 15%, o Ibovespa teve o melhor primeiro semestre desde 2016, segundo levantamento da consultoria Elyas Ayta.

Mas quem mais ganhou na Bolsa neste primeiro semestre? E o que explica os bons resultados do mercado financeiro apesar das turbulências globais e dos juros em alta?

As maiores altas do Ibovespa no primeiro semestre:

  • Cogna (CONG3): + 162,9%, A R $ 2,80;
  • Assaí (ASAI3): +99,16%, a R$ 10,17;
  • Yduqs (YDUQ3): +96,94%, A R $ 16,49;
  • Direcional (DIRR3): +75,85%, a R$ 40,82 e
  • CVC (CVCB3): +70,29%, A R $ 2,40.

Marcel Andrade, chefe da área de soluções de investimento da SulAmérica Investimentos, explica que, mesmo com a escalada da Selic, ações ligadas à economia doméstica — sensíveis ao movimento dos juros — conseguiram se recuperar, diante também da perspectiva de fim do ciclo de alta promovido pelo Banco Central.

Na lista das cinco ações que mais se valorizaram, duas são do setor de ensino superior (Cogna e Yduqs). Há ainda um supermercado (Assaí), uma construtora (Direcional) e uma agência de viagens (CVC).

Além desse setor, as ações ligadas à energia elétrica e as de bancos também foram destaque, aponta. Nos seis primeiros meses do ano, as ordinárias da Petrobras recuaram 15,8%, e as da Vale, 2,95%.

As maiores perdas no semestre foram nas cotações da ações ordinárias de RD Saúde(-30,9%); Brava Energia (-25,94%) e São Martinho Açúcar e Etanol (-24,42%).

Dólar no semestre — Foto: Criação O Globo
Dólar no semestre — Foto: Criação O Globo

Mas especialistas alertam que a questão fiscal segue como uma pedra no sapato dos investidores.

Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, lembra que a imprevisibilidade trazida pelas políticas de Donald Trump no começo do ano ampliou dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida pública dos EUA e um aumento da desconfiança sobre a segurança dos investimentos em ativos americanos, o que, por sua vez, resultou na saída de capitais dos EUA e acarretou a desvalorização do dólar ao redor do mundo.

— Se tem uma coisa que o investidor preza é previsibilidade — afirma.

Além do aspecto internacional, as altas taxas de juros no Brasil também atraíram capital estrangeiro para o Brasil, ressalta Eduardo Grübler, analista da AMW Investimentos.

A taxa básica de juros (Selic) saltou de 12,25% em janeiro para 15%, intensificando o diferencial de juros em relação ao resto do mundo e deixando mais atrativos os investimentos em renda fixa no Brasil.

Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de ações do BTG Pactualafirma que o aumento de investimentos em mercados emergentes, diante da saída parcial de investidores dos EUA, beneficiou a Bolsa brasileira.

Na B3, a Bolsa de São Paulo, de janeiro a 25 de junho a entrada de capital estrangeiro foi de R$ 25,2 bilhões.

Apesar do começo de semestre estrelar para os ativos brasileiros, especialistas citam que isso ocorreu apesar do cenário interno ainda instável.

No fim do ano passado, houve um movimento generalizado de alta do dólar, e o real foi uma das moedas que mais sofreu frente à divisa americana, diante da perspectiva deteriorada dos agentes do mercado sobre a sustentabilidade da dívida pública brasileira.

— A gente já via no ano passado diversos problemas fiscais. (…) Os desafios fiscais que a gente está falando não são de agora. E os nossos questionamentos fiscais basicamente continuaram este ano — afirmou Grübler, da AWM.



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