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Apesar das discordâncias, Milei e Lula encontraram pontos de contato na reunião do Mercosul


Apesar de serem protocolares, os cumprimentos entre os presidentes da Argentina e do Brasil serviram para diminuir a tensão. Na reunião de cúpula do Mercado, os discursos de Javier Mileique deixa a presidência do Mercosule de Lulaque assume a liderança do bloco, é interessante observar que, apesar das numerosas discordâncias entre os dois, a fala de ambos convergiu em vários pontos.

Milei fez um discurso reafirmando que é liberal e que pode sair do Mercosul, se o bloco não for no caminho indicado pela Argentina. Mas no final o presidente argentino pediu apoio dos países-membro para temas importantes para o país, como a defesa da soberania argentina nas Ilhas Malvinas, e reforçou a importância do acordo para atuação coordenada no combate ao crime, com a criação de uma agência, ponto também tratado pelo presidente brasileiro.

Lula adotou um tom muito técnico, ressaltou a importância de usar o Mercosul para fazer o máximo de acordos possíveis com os mais diversos países do mundo. Milei defendeu redução da tarifa externa comum, maior abertura do mercado, indicando a possibilidade de, em caso de entraves a essas metas, até abandonar o Mercosul. Lula foi mais pragmático.

Em seu discurso, Lula ressaltou a importância da rota interoceânica, que permite que os países do bloco levem seus produtos de forma mais célere à África. Nesse ponto, o presidente fez uma fala que agrada especialmente à ministra Simone Tebet, que estava ao seu lado na mesa de abertura da cúpula. Tebet é grande entusiasta desse projeto que afeta favoravelmente o Mato Grosso do Sul, seu estado de origem.

O presidente brasileiro chamou a atenção ainda para a necessidade de que os países do bloco se apressem em apresentar metas nacionais para redução de emissões de gases de efeito estufa. Ressaltou que o Brasil vai ter uma redução de 59% a 67% das emissões até 2035 e comemorou Uruguai e Equador já terem divulgado os seus compromissos. Nesse ponto, Lula busca reforçar a POLICIAL 30. Isto porque, até fevereiro, que era data limite para apresentação das metas nacionais, apenas 22 países informaram seus objetivos, o que levou à dilatação do prazo até setembro. O fato é que, para que o Brasil obtenha os avanços concretos que almeja para a sua presidência na conferência do clima, em Belém, é preciso que mais países se comprometam com as metas, com o Acordo de Paris.

Enfim, o que se viu nos discursos dois presidentes, na abertura da cúpula do Mercosul, é que apesar das diferenças, a diplomacia vai fazendo o seu trabalho de levar os países, que têm líderes com pensamentos bastante diversos, a se direcionarem para o mesmo caminho, a buscarem pontos em comum. Na intimidade da diplomacia, as palavras-chave são negociação, consenso e construção, tudo para se chegar a soluções negociadas em vez do conflito.

E a diplomacia tem sido vitoriosa, em questões como o combate ao crime organizado. Milei citou grupos criminosos do Brasil que se espalharam pelos países do bloco. Apesar da fala pouco amistosa do argentino, Lula reconheceu a importância da união dos países para combater o crime organizado, os crimes multinacionais.

Os dois estão caminhando na mesma direção em vários pontos, especialmente quando o tema é o acordo entre Mercosul e União Europeia. Tanto Milei, quanto Lula querem que o fechamento do acordo, negociado desde 1999, aconteça durante a presidência brasileira, que se encerra em dezembro.



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