O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), enviou a indicação de Paulo Gonet para ser reconduzido como procurador-geral da República (PGR) para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
O trâmite é considerado burocrático, mas o governo confirmou a indicação de Gonet no final de agosto e a etapa ainda não havia sido cumprida.
A demora acontecia ao mesmo tempo que há uma discordância entre Alcolumbre e o presidente Lula sobre a vaga que está aberta no Supremo Tribunal Federal. O presidente do Senado tem preferência pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas Lula deve indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias.
O relator da indicação de Gonet é o senador Omar Aziz (PSD-AM). Ele deverá fazer a leitura do parecer no próximo dia 5 de novembro e a votação deve acontecer na semana seguinte.
Indicado antecipadamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para mais um mandato de dois anos, o chefe do Ministério Público precisará do voto de mais da metade dos senadores para poder continuar.
Em dezembro de 2023, quando teve o nome aprovado pelos senadores, Gonet recebeu 65 votos a favor e apenas 11 contrários, placar que indicou apoio mesmo entre os opositores ao governo Lula.
O mandato de Gonet, que tomou posse em dezembro de 2023, só termina em dezembro deste ano, e a decisão da recondução ocorreu no fim de agosto, às vésperas do início do julgamento que levou à condenação de Bolsonaro por participação na trama golpista.
Nos bastidores do Planalto e do Judiciário, a iniciativa de antecipar a recondução de Gonet foi vista como um aceno de Lula a Gonet. Sinalizando que concorda com a atuação do procurador-geral da República. A medida também busca evitar especulações comuns ao fim do mandato, a chamada bolsa de apostas sobre a sucessão no MPF.