O americano Bernard Coy tinha se tornado um criminoso durante a Grande Depressão que se abateu sobre os Estados Unidos. Em 1937, ele foi condenado a 25 anos de prisão depois de roubar um banco usando uma espingarda de cano cerrado e, em 1938, foi transferido de uma cadeia em Atlanta, na Georgia, para a famosa Penitenciária Federal de Alcatraz, no litoral de São Francisco.
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Em Alcatraz, Coy começou a trabalhar como um mantenedor da ordem entre os detentos, o que deu a ele liberdade pra se movimentar no presídio. Com o tempo, o criminoso percebeu falhas na segurança e não elaborou um plano para escapar. Foi ele que, no dia 2 de maio de 1946, deu início a uma tentativa de fuga que deixou cinco pessoas mortas e ficou conhecida como a Batalha de Alcatraz.
Famosa mundialmente até hoje, apelidada de A Rocha, a penitenciária de Alcatraz foi inaugurada em 1934 e funcionou até 1963. O presídio foi desativado após a fuga de três internos que enganaram os carcereiros deixando “cabeças” de papel marchê sobre os travesseiros. Enquanto esteve em operação, a penitenciária abrigou bandidos conhecidos no país, como o mafioso Al Capone.
Mais de 60 anos depois que os últimos presidiários deixaram a ilha, situada em uma área repleta de tubarões no Norte da Califórnia, o presidente americano, Donald Trump, anunciou que pretende reativar a penitenciária para torná-la um símbolo dos esforços de seu governo contra o crime. De acordo com um post do republicano da rede “Truth Social”, o trabalho “conceitual” teve início há seis meses.
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A prisão foi construída a partir de um forte do século XIX que tinha servido de cadeia para soldados confederados durante a Guerra Civil nos Estados Unidos. Em poucos anos, a penitenciária ganhou reputação devido às condições subumanas e à “impossibilidade” de fuga. A prisão, que chegou a ter capacidade para 330 detentos, foi palco de suicídios, assassinatos e diversas rebeliões.
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Na tarde do dia 2 maio de 1946, uma terça-feira, Bernard Coy aproveitou que havia muitos detentos e guardas participando de workshops fora da galeria de celas para colocar seu plano em ação. Ele e outro interno atacaram e renderam sem dificuldade o único carcereiro presente no setor naquele momento. Em seguida, usaram as chaves do agente para abrir as celas de mais dois comparsas.
Na sequência, Coy partiu para o paiol de armas que ficava acima da galeria, protegido por barras de ferro. Depois de passar semanas comendo muito pouco, afim de emagrecer, ele usou uma ferramenta improvisada para afastar duas barras e conseguiu passar entre elas. Então, pegou um rifle Springfield de uso exclusivo das forças de segurança e entregou aos comparsas uma pistola e granadas.
Os amotinados renderam mais guardas e abriram outras celas, mas muitos detentos não quiseram aderir à fuga em andamento. O plano era abrir a porta que dava acesso ao pátio e alcançar as docas para, então, roubar uma lancha que ficava ancorada apenas naquele horário. Eles tomaram as chaves dos guardas feitos de reféns, mas nenhuma abriu a porta, o que deixou criminosos encurralados.
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Os fuzileiros navais foram acionados, e a galeria foi toda cercada, mas os presos passaram duas noites com reféns, entocados no prédio. Bombas foram lançadas, e os militares trocaram fogo com os detentos, que também atiraram nos carcereiros. Na manhã do dia 4, os soldados invadiram a galeria disparando e encontraram Bernard Coy e dois comparsas mortos. Dois guardas também morreram.
Outros dois detentos que haviam participado da batalha de Alcatraz foram condenados à morte na câmara de gás (eles )oram executados em 1948(, e um terceiro foi sentenciado à prisão perpétua.
Há uma fuga documentada na história da penitenciária. Em junho de 1962, três presos escaparam após meses usando colheres para expandir as saídas dos dutos de ventilação em suas celas e, então, acessar um estreito corredor através do qual eles conseguiram sair do prédio, deixando cabeças falsas feitas de papel marchê sobre os travesseiros, para enganar os vigias noturnos. Eles escaparam da ilha a bordo de um bote feito com o tecido de capas de chuva e nunca mais foram encontrados.
Aquela foi a deixa para a desativação do presídio, que vinha sendo criticado devido ao alto custo de manutenção, já que o ar salgado corroía a infraestrutura do complexo. Hoje, a antiga Penitenciária de Alcatraz abriga um museu que atrai algo em torno de 1,5 milhão de pessoas. As atrações incluem uma visita guiada pelas celas, com direito a slides e áudios com histórias curiosas dos tempos de prisão.
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