Líder do PL na Câmara, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou nesta segunda-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaromesmo inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), permanece como o “plano A” da sigla na disputa pela presidência em 2026. A declaração ocorreu durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, um dia após o ato convocado pelo antigo chefe do Executivo na Avenida Paulista. Sóstenes, porém, evitou comentar a adesão baixa à manifestação do fim de semana.
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— Eu acho que é um direito do Centrão fazer pressão (para escolher um candidato à presidência em 2026), mas não acredito que esteja acontecendo isso. Ontem, o Bolsonaro colocou o olhar no Congresso porque é uma preocupação para nós. Nosso plano A, do PL, é o ex-presidente Bolsonaro. Espero que a Justiça seja correta com ele. — disse. — Em caso de um erro, a condenação, só Bolsonaro pode decidir sobre sua candidatura. No momento certo, ele vai tomar essa decisão. Não acho que a situação de (inelegibilidade) de Bolsonaro é irreversível.
Sóstenes demonstrou apoio à anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro e defendeu que a manifestação bolsonarista na Avenida Paulista no domingo cumpriu o objetivo planejado. O ato convocado pelo ex-presidente e o pastor evangélico Silas Malafaia teve 12,4 mil pessoas no horário de picosegundo o “Monitor do debate político” do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), e pela ONG More in Common.
— O objetivo de um ato como esse é demonstrar uma linha de pensamento político. Estamos vendo uma série de injustiças quanto a parlamentares de direita. O recado de ontem foi muito claro — afirmou o parlamentar, que se esquivou de avaliar o número de participantes.
Questionado se a direita tem problemas de comunicação ou está “fora da realidade” por apoiar a pauta da anistia, rechaçada 56% da população brasileiraSóstenes negou o cenário desfavorável. O parlamentar afirmou ainda que o campo político não está refém da escolha de um único líder político.
— Temos uma nova geração vindo aí. A direita está olhando para o futuro, o que é um mérito de Bolsonaro, que criou novos líderes, como o Tarcísio de Freitas. Não estamos só com a pauta da anistia. Não deixamos de lutar pela derrubada do IOF. Estamos preocupados com o brasileiro — defendeu.
O parlamentar também foi questionado se haveria uma contradição do PL por se manifestar contra o IOF como meio de pressão ao governo pelo corte de despesas, mas ter votado a favor do crescimento do número de deputados no mesmo dia.
— Nós estamos vivendo um momento do Brasil em que não dá mais para que o Congresso trabalhe com faca no pescoço. Tivemos que votar o aumento do número de deputados por obrigação do Supremo Tribunal Federal, que deveria se recolher e deixar o parlamento agir. Poderíamos ter esperado tranquilamente passar o Censo 2030, daqui a duas eleições, para votar o projeto. Responsabilidade fiscal é do governo federal e vamos cobrar — disse.