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‘Certeza de nos reencontrarmos um dia’


O pai da brasileira Juliana Marins, encontrada morta nesta terça-feira após quatro dias de resgate numa trilha na Indonésiapublicou nas redes sociais uma despedida emocionada para a filha. Manoel Martins postou uma foto da publicitária com ele e com a mãe, Estela, e destacou o quanto a jovem era “muito especial”. Manoel ressaltou que Juliana, além de ter um “sorriso lindo”, era “sapeca, inquieta” e tinha “uma imensa vontade de viver intensamente”.

Na publicação, Manoel relembrou quando a filha contou a ele e à mãe que pretendia fazer um mochilão pela Ásia enquanto era jovem. Segundo o pai, a família deu apoio à jovem, que recusou ajuda financeira e custeou a viagem com frutos do próprio trabalho. Ele ressaltou que Juliana “se foi fazendo o que mais gostava” e que a felicidade da filha ao realizar esse sonho “conforta um pouco o coração” após a perda.

“No início deste ano nos disse que faria esse mochilão agora enquanto era jovem e nós te apoiamos. Quando lhe perguntei se queria que lhe déssemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais. E assim você viajou com seus próprios recursos que ganhou como fruto do seu trabalho. E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração”, escreveu.

Na postagem, Manoel se despediu da filha, a quem chamou de “meu tesouro, meu amor”. Disse que a jovem continuará presente no ambiente familiar e destacou ter certeza de que um dia ainda vai reencontrá-la.

“Fica a sua presença em nossa casa, no seu quarto, no seu lugar preferido no sofá da sala. Fica a sua presença marcante na vida de quem teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo. E, especialmente, no meu coração , no da sua mãe e no da sua irmã. Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno que lhe aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito. E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele voo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário. Lá no céu, o bom Deus há de nos proporcionar isso”, ressaltou.

Na foto, em que pai, mãe e filha aparecem abraçados e sorridentes, Manoel escreveu que “custa a acreditar que esses momentos não mais se repetirão”. A postagem é assinada por “aqueles que sempre te amaram: papi, mami e Mari”, em referência à irmã da publicitária, Mariana Marins.

Juliana Marins, de 26 anos, usava as redes sociais como um diário das muitas viagens vividas sozinha e na companhia da família. Aliás, o desejo de explorar o mundo era comum entre eles. Em agosto do ano passado, por exemplo, a menina visitou o Jalapão, no Tocantis, junto aos pais —últimos registros em conjunto compartilhados no Instagram. Com o pai, Manoel Marins, ela também dividia o prazer pelo esporte: dançava, corria e nadava.

Em fevereiro de 2023, Manoel publicou uma foto usando roupas de pedalada. A filha, por sua vez, trajava top, óculos de sol e usava fones nos ouvidos. Na legenda, ele foi objetivo e bem-humorado: “Eu chegando do pedal, e ela saindo para correr”.

Pelos registros de Juliana, a prática esportiva entrou em sua vida em 2017, quando concluiu sua primeira corrida de rua: 10 km em Punta Del Este, no Uruguai. No ano seguinte, cruzou a linha de chegada no Cairo, capital do Egito.

O pai, mais reservado nas publicações, começou a compartilhar a rotina no ciclismo em 2021, quando completou 61 km em Camboinhas, Niterói, onde morava com a família. Em maio de 2023, ele alcançou 130 km. Há três meses, ele passou a divulgar fotos correndo e fazendo natação. Numa delas, Juliana comentou: “daqui a pouco o triátlon vem aí”.

Além das fotos no Jalapão, a família tem registros nas Cataratas do Iguaçu, no Paraná; em Salvador, na Bahia; e em Manaus, no Amazonas.

Negligência na Indonésia

Juliana Marins foi encontrada morta no início da tarde dessa terça-feira, a 600 metros de profundidade no Monte Rejani, onde está um dos vulcões mais altos da Indonésia. Desde maio, ela fazia um mochilão sozinha pelo sudeste asiático, visitando países como o Vietnã e as Filipinas.

Segundo a família, Juliana se preparava para assistir ao amanhecer no monte, mas acabou caindo de um penhasco durante uma trilha na última sexta-feira. A jovem teria comunicado ao guia que estava cansada, e ele a aconselhou descansar, que depois a encontraria mais a frente no caminho. Ao estranhar a demora da menina, ele voltou ao ponto onde ela estava e, com a ajuda de outros turistas, constatou a queda.

O resgate levou quase quatro dias para acontecer. O governo da Indonésia justificou a situação pelo clima instável e desafios do resgate — no primeiro dia, a corda dos bombeiros não alcançou o ponto onde Juliana estava. A família reforça que ela foi abandonada no local, sem alimentos, água e agasalhos.



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