Depois de deixar os Estados Unidos de fora da turnê do álbum “Eu tive que jogar mais fotos“, Bad Bunny deu um “presente” ao país no feriado de 4 de julho, dia da independência. O porto-riquenho lançou o clipe da música “NUEVAYoL” exaltando os imigrantes que moram na cidade de Nova York e zombando do presidente Donald Trump. Numa das cenas, homens se reúnem em volta de um rádio, de onde sai uma voz simulando a do mandatário, que se desculpa por sua política anti-imigração.
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“Eu cometi um erro. Quero me desculpar com os imigrantes da América. Quero dizer, os Estados Unidos, sei que América é todo o continente”, diz a voz que imita o presidente. “Eu quero dizer que esse país não é nada sem os imigrantes. Esse país não é nada sem os mexicanos, os dominicanos, porto-riquenhos, colombianos, venezuelanos…”
No vídeo, quando aparece na Estátua da Liberdade com a bandeira de Porto Rico, Bad Bunny faz uma referência ao ativista Tito Kayak, que escalou o monumento no ano 2000 para protestar pela independência de Porto Rico. A ilha é “território não incorporado” dos EUA desde 1989, quando deixou de ser colônia espanhola.
Lançado no início do ano, “DeBÍ TiRAR MáS FOToS” é o álbum mais político do cantor porto-riquenhonascido na ilha há 31 anos. Nas letras das canções, Bad Bunny pincela críticas aos problemas de infraestrutura do país (“BOKeTE” é sobre os buracos das ruas), à gentrificação e à relação com os Estados Unidos (em “LO QUE LE PASÓ A HAWAii” é bem direta sobre o domínio americano ao dizer “não quero que façam com você o que aconteceu com o Havaí”).
A relação de Bad Bunny com Trump não é das melhores especialmente durante a campanha presidencial, em outubro do ano passado. Na época, num comício republicano, um comediante disse que Porto Rico era “uma ilha de lixo flutuante”. O cantor, então, postou um vídeo de um show em Porto Rico com a palavra “lixo” e apoiou publicamente a candidata democrata Kamala Harris.
Agora, ele deixou o país de fora de sua turnê mundial, que começa com uma residência em julho em seu país natal e vai passar pelo Brasil em fevereiro do ano que vem. Em entrevista à revista Variety, ele explicou que seria “desnecessário” incluir shows em solo americano na agenda, visto que ele já se apresentou por lá muitas vezes.