O trágico acidente que tirou a vida do atacante português Diogo Jota, de 28 anos, e do irmão, André Silva, na quinta-feira, ocorreu em um trecho da autoestrada A-52 já conhecido por seu histórico de perigos. Segundo a imprensa local, o quilômetro 65, na região de Cernadilla, onde o Lamborghini em que estavam os irmãos saiu da pista, foi o mesmo ponto de outro acidente grave registrado apenas oito dias antes.
No dia 25 de junho, uma mulher de 60 anos precisou ser desencarcerada pelos bombeiros após perder o controle do veículo no mesmo local, por volta das 11h30 da manhã. Ela foi socorrida e levada ao hospital com ferimentos moderados. A repetição de tragédias em tão curto intervalo reacende o debate sobre as condições de segurança da rodovia — conhecida como Rías Bajas — que, de acordo com o jornal La Opinión, registrou 19 acidentes muito graves apenas em 2023.
De acordo com a Guardia Civil espanhola, a principal hipótese para o acidente que matou Diogo Jota e André Silva é o rebentamento de um dos pneus do carro esportivo durante uma tentativa de ultrapassagem. O veículo saiu da pista e colidiu com uma árvore em alta velocidade, sem deixar sobreviventes.
A viagem tinha como destino o porto de Santander, no norte da Espanha, onde os irmãos embarcariam em um ferry rumo a Portsmouth, na Inglaterra. Jota havia sido aconselhado a não viajar de avião devido a uma condição pulmonar delicada. O jogador havia passado recentemente por um procedimento médico e ainda se recuperava de um pneumotórax, que limita a capacidade respiratória e exige cuidados com mudanças bruscas de pressão.
O plano de cruzar o Golfo da Biscaia de balsa foi uma decisão tomada por orientação médica, já que a cabine pressurizada de um avião poderia representar risco à sua recuperação. De acordo com seu fisioterapeuta, Miguel Gonçalves, Jota seguia em ritmo positivo de reabilitação e pretendia se reapresentar ao Liverpool na semana seguinte para uma avaliação clínica. Ele também não participaria da turnê de pré-temporada do clube no Japão.